O chamado Novembro azul surgiu como uma maneira de conscientizar o cuidado preventivo da saúde masculina sobre uma doença importantíssima: o câncer de próstata. No SUS, a população masculina aparece geralmente quando os problemas já surgiram, gerando mais gastos e menos resultados.
Vários estudos comparativos têm comprovado o fato de que, em relação às mulheres, os homens são mais vulneráveis às doenças, sobretudo as graves e crônicas, além de morrerem mais precocemente. Além disso, os homens não buscam, como as mulheres, os serviços de saúde com tanta frequência. Muitos agravos poderiam ser evitados caso os homens realizassem, com regularidade, as medidas de prevenção.
Grande parte da não-adesão a esse hábito decorre da cultura. A doença é considerada como um sinal de fragilidade e o homem julga-se invulnerável, o que acaba por contribuir para que cuide menos de si mesmo.
Além disso, os serviços e as estratégias de comunicação privilegiam as ações de saúde para a criança, o adolescente, a mulher e o idoso, mas não ao adulto masculino.
Uma questão apontada pelos homens é alegar que o horário do funcionamento dos Centros de Saúde, por exemplo coincide com o horário do trabalho. No entanto, grande parte das mulheres, de todas as categorias sócio-econômicas, faz hoje parte da força de trabalho também, inseridas no mercado de trabalho, e nem por isso deixam de procurar os serviços de saúde.
Outro ponto é a dificuldade de acesso aos serviços de saúde, alegando-se as filas intermináveis que, muitas vezes, causam a “perda” de um dia inteiro de trabalho, coniga-se resolver tudo em uma única consulta. A compreensão das barreiras sócio-culturais e institucionais é importante para a proposição estratégica de medidas que venham a promover o acesso dos homens aos serviços de atenção primária, a fim de resguardar a prevenção e a promoção como eixos necessários e fundamentais de intervenção.
Em nossa sociedade, o “cuidado” é papel considerado como sendo feminino e as mulheres são educadas, desde muito cedo, para desempenhar e se responsabilizar por este papel.
Por esses motivos, fica claro uma vulnerabilidade na qualidade de vida masculina, que deve ser trabalhada e orientada para que tenha-se garantido a saúde dos homens adultos. O Governo, através de medidas como a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem, aparece com a intenção de garantir a promoção da saúde da mesma forma que se garante às mulheres, idosos, crianças e adolescentes. Essa política evidencia os principais fatores de doença nesse grupo e mostra hábitos como os que tornam os homens mais vulneráveis às doenças, como o cigarro e o álcool.
Portanto, mobilizar a população masculina brasileira pela luta e garantia do direito social à saúde é um dos desafios de hoje, que pretende tornar os homens protagonistas de demandas que consolidem seus direitos de cidadania.
Centro de Saúde do Itacorubi 